ABRH-SP é agente de transformações nas décadas de 1980 e 1990

Os anos 1980 e 1990 são marcados por intensas transformações políticas, econômicas e sociais no Brasil. O período também representa a consolidação da representatividade da ABRH-SP. Como consequência da evolução da área de Recursos Humanos dentro das empresas, a entidade também se atualiza, a começar pela mudança de nome. De APAP, passa a ser reconhecida como APARH (Associação Paulista de Administração de Recursos Humanos). Também no início da década de 1980, a ABAPE atua sob nova sigla: ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos).

Entre 1978 e 1980, em meio a greves acompanhadas de reivindicações trabalhistas, profissionais que atuavam nos departamentos de Recursos Humanos experimentaram um crescimento exponencial de seus papéis dentro das organizações. Interlocutores no relacionamento entre empresas e sindicatos, atuavam “como uma espécie de órgão intermediário e conciliador entre a organização e os trabalhadores”, destaca a jornalista Daniela Diniz no livro Grandes líderes de pessoas: a trajetória de líderes de Recursos Humanos mais influentes do Brasil e seu legado para as futuras gerações.

Em 1982, a partir da parceria com o jornal O Estado de S.Paulo, a entidade assinalou na página dominical publicada aos domingos contribuições para entender o momento trabalhista pelo qual passava o País na fase que antecedeu o processo redemocratização. A publicação do conteúdo institucional perdurou até 2020.

Foi em 1986, com a realização da 5ª edição do COPARH (Congresso Paulista de Administração de Recursos Humanos), que a entidade se consolidou como fórum gerador de ideias e discussões essenciais ao crescimento dos profissionais de RH.

Em 1998, a reforma do Estatuto da APARH possibilitou aos associados uma participação mais democrática, com direito à eleição da diretoria executiva pelo voto direto. Até essa data, os conselheiros escolhiam o presidente, que indicava os membros da diretoria.

Nas empresas, o profissional de RH se distanciava do trabalho operacional para se aproximar das demandas estratégicas das organizações. Desta forma, questões como terceirização, reengenharia, fusões, aquisições, globalização, responsabilidades social, qualidade de vida e valorização do capital humano passaram a dominar os debates em palestras, fóruns e congressos organizados pela APARH.

Fato nacional de grande relevância, a promulgação da Constituição Federal de 1988 elevou inúmeros direitos trabalhistas à categoria de direitos fundamentais. Limitação da jornada de trabalho, licença-maternidade de 120 dias e outras determinações foram incluídas na categoria de cláusula pétrea do Estado Democrático de Direito.

Embora em ritmo mais lento que o esperado pela sociedade, outras regulamentações relevantes foram aprovadas nos anos seguintes, com destaque para a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência, que a partir de 1991 estabeleceu a obrigação para empresas com 100 ou mais funcionários de preencherem, proporcionalmente, de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou com pessoas portadoras de deficiência.

A APARH, em 1991, enfrentou dificuldades financeiras decorrentes do confisco monetário do programa de estabilização da economia, conhecido como Plano Collor, imposto no ano anterior. Mesmo assim, organizou eventos importantes, como o I Fórum Mundial sobre Sindicalismo. Durante quatro dias, 32 conferencistas estrangeiros analisaram as experiências sindicais de 16 países.

Em 1995, a entidade assinala um marco em sua história. Naquele ano, nas eleições para a diretoria executiva da APARH, Nielce Camillo Filetti torna-se a primeira mulher a presidir a entidade entre 1996 e 2000.

Fonte: Assessoria de Comunicação da ABRH-SP ( 05, maio de 2025)