O 3º Relatório Mundial sobre Felicidade no Trabalho, estudo conduzido pela Happyforce e World Happiness Foundation, revela que 98,37% dos profissionais acreditam que “o trabalho deve contribuir para sua felicidade”. No entanto, apenas 47,96% declaram vivenciar, de fato, esta realidade. Para consolidar os dados sobre trabalho e felicidade no Brasil, a pesquisa conta com o apoio da ABRH-SP, do Mapa de Talentos e Lider Academy. No dia 29 de maio, o levantamento foi mostrado, em primeira mão, a líderes e profissionais de Recursos Humanos em uma webinar promovida pela ABRH-SP.
A webinar “Felicidade no trabalho: Tendências globais e a realidade brasileira”, organizada pela ABRH-SP para apresentar o relatório mundial, contou com a participação de Sergio Cancelo, chief Happiness Officer e cofundador da Happyforce, Miguel Nisembaum, sócio da Mapa de Talentos e gestor da Lider Academy, e Eliana Pinto, especialista em Aprendizagem, Liderança Humanizada e Felicidade no Trabalho. A moderação foi de Edna Bedani, mentora, professora e presidente do Conselho Deliberativo da ABRH-SP.
O 3º Relatório Mundial sobre Felicidade no Trabalho, como observa Miguel Nisembaum, não se limita aos dados, mas apresenta em todo o contexto oportunidades para que as empresas transformem seus ambientes e priorizem o bem-estar de suas equipes.
Diante da pressão por entregas, por resultados em um cenário de mudanças muito rápidas, um ponto relevante destacado por Nisembaum é o “redesenho” das organizações para que fomentem bem-estar. “É preciso redesenhar os modelos de gestão, incluindo a forma como os profissionais são premiados nas empresas. Também é importante dar voz às pessoas sobre como querem contribuir diante dos desafios que existem, permitindo que elas se movimentem de forma mais fluida nas organizações”, afirma.
O relatório, realizado em conjunto também com a Universidade de Málaga, envolveu 2.700 participantes em uma pesquisa on-line ao redor do mundo. No Brasil, foram 246 respondentes. Entre os profissionais brasileiros, 193 são mulheres. Segundo o relatório, a participação feminina “confirma a percepção de que mais mulheres têm interesse expresso no tema e são elas que promovem as iniciativas nas empresas”.
No âmbito global, entre 2.700 participantes 67% são mulheres; 33%, homens. As lideranças são representadas em 50,1% dos respondentes, e os funcionários, em 49,5%. Com profissionais ouvidos na Europa (45%), América Latina (45%), Brasil (10%) e outros países (10%), as pesquisa avaliou quatro dimensões: “felicidade autopercebida”, “fatores de trabalho que impactam a felicidade”, “relação entre felicidade, produtividade e comprometimento” e “segmentação demográfica, incluindo idade, gênero, setor, antiguidade, liderança, tamanho da empresa, modelo de trabalho, atividade física e saúde”.
Como resultado geral, 98,37% dos profissionais acreditam que “o trabalho deve contribuir para sua felicidade”. Mas somente 47,96% declaram vivenciar, de fato, esta realidade, o que representa uma diferença de 50,41%. O relatório reforça que preencher esta lacuna deve ser prioridade estratégica nas organizações que buscam melhora o Retorno sobre Felicidade (ROH).
Na análise segmentada, a percepção de que “quanto mais tempo na empresa, maior a felicidade” revela que a satisfação depende de “estratégicas de desenvolvimento e reconhecimento para manter a motivação em funcionários de longo prazo”. O teletrabalho, curiosamente, também não é sinônimo de felicidade. De acordo com a pesquisa, é preciso “desenhar estratégias que fortaleçam a cultura organizacional em ambientes remotos, priorizando a conexão e o equilíbrio”.
Insights nacionais
Dos 246 respondentes brasileiros, 97,58% acreditam que “o trabalho deve contribuir para sua felicidade pessoal”. Na percepção da realidade, porém, só 62,5% consideram ter, efetivamente, o trabalho como um fator de felicidade.
Ao considerar a análise geracional, os dados nacionais mostram padrões distintos na relação felicidade e trabalho. Entre os Baby Boomers, 85,19% relatam que o trabalho contribui para a felicidade pessoal. Na Geração X, são 61,72%. Entre os Millennials, 50,68%. Na Geração Z, a lacuna entre felicidade e expectativa dessa realidade no trabalho representa 45%. “Hoje lidamos mais com incertezas e isso impacta e requer atenção para esses grupos que representam um bom percentual da nossa força de trabalho”, pontua Miguel Nisembaum.
Para os brasileiros, o bem-estar aparece em primeiro lugar como fator que impacta a felicidade no trabalho (23,7%). O propósito (15,32%) vem seguido de relacionamentos (13,44%).
Na conclusão das análises, o 3º Relatório Mundial da Felicidade no Trabalho revela um cenário com importantes oportunidades e desafios para as organizações brasileiras. Um dos insights indica que o Brasil tem a menor lacuna de felicidade (37,5%) entre os países avaliados, sugerindo um ambiente laboral comparativamente mais positivo.
No aspecto geracional, a progressiva ampliação da lacuna de felicidade das gerações mais velhas para as mais jovens reforça a necessidade de estratégias específicas para engajar Millennials e Geração Z.
Os dados ainda mostram que o modelo híbrido de trabalho vem se destacando como o arranjo que melhor favorece a felicidade e o engajamento no contexto brasileiro. “Este é um resultado fantástico. Quando discutimos a volta para o presencial, vemos que o modelo híbrido é o mais inteligente para a organização e também para o trabalhador, que permite às pessoas terem melhor qualidade de vida”, diz sócio da Mapa de Talentos e gestor da Lider Academy.
Finalmente, as avaliações sobre os profissionais brasileiros revelam que empresas menores demonstram melhores indicadores de felicidade e engajamento, sugerindo que grandes corporações “precisam trabalhar mais intensamente estratégias de proximidade e personalização”.
Acesse o relatório completo em https://bit.ly/pesquisa-felicidade-2025?r=qr
Fonte: Assessoria de Comunicação da ABRH-SP (02, junho de 2025)